No Brasil, os acidentes de trânsito não lideram como principal motivo das amputações. Segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), as amputações são em sua maioria oriundas de causas externas, ou doenças infecciosas e parasitárias. Entretanto, neste mês de maio, direcionaremos nossa atenção especificamente as amputações decorrentes de acidentes de trânsito, que representam uma parcela significativa dessas ocorrências.
As amputações decorrentes de acidentes de trânsito constituem uma realidade dolorosa e desafiadora que inúmeros pacientes enfrentam no âmbito da prática ortopédica. Tais incidentes, frequentemente marcados por traumas, acarretam uma variedade de complexidades físicas, emocionais e sociais, as quais requerem uma abordagem completa e meticulosa por parte dos profissionais de saúde.
As amputações acarretam um impacto emocional profundo. Com frequência, as vítimas atravessam um período de luto pela perda do membro e pela vida que levavam antes do acidente. Sentimentos como raiva, tristeza e frustração, que frequentemente podem desencadear depressão, são comumente vivenciados pelas pessoas. Além disso, as pessoas podem ter sua autoimagem e autoestima significativamente prejudicadas, desencadeando assim uma batalha interna para aceitar a nova realidade física.
Além dos desafios emocionais, fisicamente, a perda de um membro também implica em desafios significativos. As vítimas necessitam readaptar-se a realizar tarefas cotidianas que anteriormente eram simples, como andar, vestir-se e comer. A reabilitação física é um processo demorado e doloroso, frequentemente exigindo o uso de próteses e terapias intensivas para auxiliar na recuperação da mobilidade e da independência.
Do ponto de vista ortopédico
Para tratar amputações, os profissionais realizam uma avaliação meticulosa do paciente, conduzindo inicialmente exames físicos, radiografias e outros testes de imagem para determinar a extensão do dano e a necessidade de amputação. Em seguida, uma equipe multidisciplinar, composta por ortopedistas, cirurgiões vasculares, fisioterapeutas e outros especialistas, colabora para desenvolver um plano de tratamento personalizado para cada paciente.
Posteriormente, o foco se desloca para a reabilitação e adaptação à vida com a perda de um membro. Isso implica no uso de próteses personalizadas, participação em terapias físicas e ocupacionais para aprimorar a funcionalidade e a independência, além de receber apoio psicológico para enfrentar os desafios emocionais associados à perda e à adaptação.
Os impactos sociais e emocionais das amputações vão além das considerações médicas. Muitos pacientes enfrentam dificuldades ao se adaptarem a uma nova realidade física, necessitando de suporte para questões como autoimagem e reintegração social.
Problemas de diferentes ordens são desencadeados pelos acidentes de trânsito, e investir na prevenção é essencial, educação sobre perigos da condução irresponsável e apoio contínuo podem ajudar os pacientes a reconstruir suas vidas com dignidade e esperança.