Você deve estar se perguntando: ombro congelado deve ser por conta do frio, não é?

Não. Apesar do nome, não tem nenhuma relação com o frio.

O ombro congelado, tecnicamente chamado de Capsulite Adesiva, é uma condição que causa inflamação e rigidez da cápsula articular, apresentando dor e redução progressiva dos movimentos do ombro como principais sintomas.

A articulação do ombro é envolta pela cápsula articular, uma membrana que cria estabilidade e possibilita a movimentação da articulação.

Mas não confunda! A capsulite adesiva é uma lesão diferente da bursite e da tendinite do ombro.

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Fatores de risco

A incidência é mais comum em mulheres e normalmente acomete pessoas entre 40 e 70 anos de idade. O ombro congelado pode ter causa desconhecida ou surgir com a contribuição de outras condições, como ruptura de tendão ou traumatismo na região.

Entretanto,  alguns fatores estão associados a um aumento do risco de desenvolvimento da condição, como diabetes, doenças cardíacas, doença da tireóide, doença de Parkinson, tendinite, patologias do manguito rotador, fatores genéticos e reações auto imunes, entre outras.

Também pode ocorrer em pacientes que permanecem com o ombro imobilizado por período prolongado ou em pacientes com hérnia de disco cervical.

Sintomas

As principais queixas do paciente com ombro congelado são a perda de movimento e dor intensa (geralmente pior no período noturno). A capsulite adesiva ocorre em 3 diferentes fases, com características diferentes. São elas as seguir:

Fase inflamatória: A dor pode ser leve no início, mas em poucos dias ou semanas progride para uma dor muito forte e extremamente limitante. Diferentemente das tendinites, bursites e da síndrome do impacto, qualquer movimento pode gerar a dor e não apenas os movimentos com os braços para cima. Nessa fase o movimento do ombro, apesar de doloroso, pode ainda estar normal.
Duração da fase dolorosa: Pode durar até 9 meses.

Fase de rigidez ou congelamento: Há uma perda progressiva dos movimentos do ombro. Ainda pode haver dor nessa fase, mas de menor intensidade. O paciente sente o ombro mais curto, não alcança locais altos que alcançava previamente e perde os movimentos de rotação, não conseguindo colocar a mão nas costas, buscar o cinto de segurança ou prender o sutiã, por exemplo. 

Duração da fase de rigidez ou congelamento: Pode durar de 12 a 18 meses.

Descongelamento: Com uma duração variável, o movimento do ombro melhora progressivamente, com a resolução da doença.
Duração da fase de rigidez ou congelamento: Pode durar de 12 a 26 meses.
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Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito após análise clínica e de exames complementares de diagnóstico como raio x, ressonância magnética e ecografia. Dessa forma, o médico ortopedista indicará o tratamento ideal, podendo incluir anti-inflamatórios, compressas alternadas de gelo e calor e fisioterapia.

O tratamento é de longo prazo, sendo que o início do tratamento foca na redução da dor e na melhora da função articular com o uso de antiinflamatórios. A fisioterapia é indicada nos primeiros meses e com paciência, persistência e disciplina com o tratamento indicado, é possível recuperar completamente os movimentos do ombro.

Em último caso, em pacientes que não respondem de forma positiva aos tratamentos de fisioterapia num período de 6 meses a cirurgia minimamente invasiva pode ser indicada.

Lembre-se: A capsulite adesiva não é a única patologia e causa de limitação dos movimentos dos ombros. Diversas outras doenças podem gerar rigidez do ombro, tais como:

• Artrose do ombro, a dor progride lentamente ao longo dos anos;
• Tendinite calcária, onde esse tipo de tendinite pode gerar um quadro clínico muito semelhante à capsulite adesiva.
• Osteonecrose, sendo mais comum após alguma fratura do úmero proximal ou em pacientes com doenças como o lúpus, anemia falciforme ou nos pacientes com triglicérides muito alto;
• Rigidez após cirurgias, as cirurgias do ombro podem gerar uma rigidez por diversos motivos. É uma limitação diferente pois nem sempre é auto-limitada como a capsulite adesiva.

Ao identificar dor e limitação de movimentos, procure um médico ortopedista!

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